Seletividade Alimentar no Autismo é um desafio comum para muitas famílias. De fato, crianças autistas frequentemente recusam certos alimentos, o que pode gerar preocupações com a nutrição e o bem-estar infantil. Por essa razão, compreender os motivos desse comportamento e adotar estratégias eficazes pode fazer toda a diferença. Neste artigo, você vai entender por que isso acontece e descobrir maneiras práticas para diversificar a alimentação da criança.
1. Seletividade Alimentar no Autismo: O Que é e Por Que Acontece?
Crianças autistas frequentemente recusam certos alimentos devido a fatores sensoriais e comportamentais. Entre os principais motivos, destacam-se os seguintes:
1.1 Hipersensibilidade sensorial – Muitos autistas reagem intensamente a texturas, temperaturas, cores e cheiros dos alimentos. Por isso, podem rejeitar um prato apenas pela aparência ou pelo aroma. Além disso, alguns sentem desconforto com a sensação de determinados alimentos na boca, o que dificulta ainda mais a aceitação.
1.2 Experiências negativas – Se uma criança se engasgou ou sentiu desconforto ao comer determinado alimento, pode evitar esse item no futuro. Como resultado, ela pode desenvolver resistência a novos sabores ou texturas, tornando sua alimentação ainda mais restrita.
1.3 Preferências fixas – Algumas crianças aceitam apenas alimentos de uma cor, formato ou marca específica, tornando a alimentação monótona e restrita. Isso ocorre, principalmente, porque a previsibilidade traz conforto e segurança, reduzindo a ansiedade diante de algo desconhecido.
Seletividade alimentar x Transtorno Alimentar Evitativo/Restritivo (ARFID)
Embora a seletividade alimentar seja comum no autismo e possa melhorar com estratégias adequadas, o Transtorno Alimentar Evitativo/Restritivo (ARFID) é um quadro mais grave. Nesse caso, a criança rejeita tantos alimentos que sua nutrição e crescimento ficam comprometidos. Por esse motivo, se os pais perceberem que a alimentação da criança está impactando sua saúde de forma significativa, devem buscar ajuda de um nutricionista ou terapeuta ocupacional especializado.
2. Como Superar a Seletividade Alimentar no Autismo?
A boa notícia é que existem diversas estratégias eficazes para tornar a alimentação mais variada. Veja algumas sugestões a seguir:
2.1 Apresente novos alimentos de forma gradual – Acrescente pequenas quantidades de novos ingredientes às refeições que a criança já aceita. Dessa maneira, ela se acostuma aos poucos, sem sentir uma mudança brusca na alimentação.
2.2 Use brincadeiras sensoriais – Permita que a criança toque, cheire e brinque com os alimentos antes de experimentá-los. Dessa forma, ela pode se familiarizar com as novas texturas e reduzir a resistência ao consumo.
2.3 Incentive a participação na cozinha – Crianças que ajudam a preparar os alimentos costumam se sentir mais motivadas a prová-los. Por exemplo, convidá-las para misturar, modelar ou montar pratos simples pode transformar a refeição em um momento mais agradável e lúdico.
2.4 Utilize reforços positivos – Sempre que a criança experimentar um novo alimento, elogie sua atitude. Além disso, pequenas recompensas simbólicas, como adesivos ou mais tempo em uma atividade favorita, podem estimular novas tentativas e tornar o processo mais motivador.
3. Alimentos Alternativos e Substituições Inteligentes
Se a criança rejeita determinados alimentos, você pode oferecer opções parecidas, mas mais aceitas por ela. Confira algumas sugestões práticas a seguir:
3.1 Se não aceita vegetais inteiros → Ofereça esses ingredientes em sucos, bolinhos ou molhos para facilitar a aceitação. Assim, a criança pode consumir os nutrientes sem perceber grandes mudanças na textura ou sabor.
3.2 Se prefere alimentos crocantes e secos → Substitua salgadinhos industrializados por chips de legumes assados, como batata-doce ou abobrinha. Dessa forma, ela mantém a preferência por alimentos crocantes, mas de uma maneira mais saudável.
3.3 Se não consome laticínios → Teste bebidas vegetais fortificadas, como leite de amêndoas ou aveia, para garantir a ingestão de cálcio. Além disso, iogurtes à base de coco ou castanhas podem ser boas alternativas.
3.4 Se só come um grupo restrito de frutas → Misture pequenas porções de novas frutas em vitaminas ou sobremesas já conhecidas, como iogurtes naturais ou panquecas. Isso permite que a criança experimente novos sabores sem rejeição imediata.
Além dessas adaptações, você pode criar receitas divertidas e nutritivas para estimular a aceitação alimentar. Panquecas enriquecidas com cenoura ou hambúrgueres caseiros com legumes são boas opções para introduzir novos ingredientes de forma natural e sem pressão.
Com paciência, persistência e estratégias adequadas, você pode ajudar a criança a expandir sua aceitação alimentar. No entanto, se as dificuldades persistirem ou comprometerem a saúde, é essencial buscar a orientação de um profissional especializado.
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